Roth, o estrategista

maio 5, 2008

Sun Tzu, o estrategistaO carismático Celso Juarez Roth

 

 

 

 

 

 

 

Talvez Celso Juarez Roth não seja tão desgraçadamente burro como parece. Eu mesmo já compartilhei da opinião de todos os outros gremistas que conheço, já o vaiei mentalmente incontáveis vezes, prometi não pisar mais no Olímpico enquanto ele fosse o técnico, pensei até mesmo em me associar ao Utah Jazz e acompanhar a NBA mais de perto. Mas, agora, tenho minhas dúvidas. E a culpa é de Sun Tzu.

Não li A Arte da Guerra. Nunca me interessei pela obra, mas isso pode estar mudando. Lembrei de um texto da contracapa, até então o mais próximo que havia chegado do livro. Está lá:

Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo perderá todas as batalhas…

Ou seja, Celso Juarez, este treinador oriundo de uma família de gremistões fanáticos (o Juarez é homenagem óbvia a um dos maiores centroavantes da história do Grêmio!!!), nos prestou uma grande favor nos últimos dias. Nos livrou da provável humilhação na final do Gauchão. Sim, porque com Leo, Jean e Marcelo Grohe na área, Fernandão & Cia passariam a tarde inteira livres, cabeceando. Foi bom assim.

Diante da mediocridade ruindade do atual grupo do Grêmio, percebo o esforço do Celso Juarez em evitar uma tragédia. A meta para este ano, claro, é encontrar quatro times piores no Campeonato Brasileiro. Não vai ser fácil, mas isso já me faria feliz.

Não dá para esperar que um time com Hidalgo e Paulo Sérgio (o maior peladeiro que vi na vida, único lateral-direito do planeta que aparece, em média, 15 vezes por jogo na ponta esquerda!!!) vá muito longe.

Por isso, entendo e valorizo a contratação do tal de Amaral, volante tosco e quebrador de bola. Faz parte da sábia estratégia de enfraquecer os concorrentes. Wanderley Luxemburgo sempre faz isso quando assume um clube. Indica jogadores de times rivais, na tentativa de desfalcá-los, enquanto reforça a sua equipe.

Não me surpreenderá, portanto, se os próximos reforços vierem de clubes como Ipatinga, Portuguesa ou Atlético-MG.

Nem Sun Tzu faria melhor.

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Futebol tem seus mistérios. É incrivel que, com tantos dirigentes despreparados, o Grêmio tenha conseguido tantos títulos. Tenho certeza que 90% deles entendem quase nada sobre futebol.

Sabem administrar grupos, pagar contas, construir estádios, contratar bons técnicos, etc, mas sabem pouco de futebol. Lembrei de uma frase do Zé Beto, ex-presidente que se dividia entre ônibus e camburões, a um colega de direção. Foi em 1999, quando o mesmo Celso Juarez já atrapalhava o Grêmio ao manter um dentuço pilantra sentado no banco vendo o Palhinha jogar:

– Gostou do Agnaldo (um centroavante de muita sede e poucos gols)? É bom pra caralho, mas espera até o Cleisson estrear. Esse joga demais.